Thursday, February 01, 2007

Mas qual a novidade ?

Nós somos contra a lei de 84.»
«Uma mulher violada não deve ser obrigada a educar aquele filho. Mas matar aquela criança só porque a sua origem não é a desejada não é uma coisa aceitável. A adopção é a solução razoável.»
«Eu nunca ouvi ninguém dizer “nós somos a favor desta lei”»
«Esta atitude laxista relativamente ao aborto vai dar uma volta. Nós daqui a uns tempos vamos discutir de novo a lei de 84».
João César das Neves, mandatário do Movimento Diz que Não, TSF, 31 de Janeiro

Honestamente, eu ficava surpreendido era se tal criatura dissesse outras coisas que não isso. Não se esqueçam que é o mesmo que, creio, disse uma vez que se soubesse que algum dos filhos tinha relações sexuais antes do casamento punha-os fora de casa...

3 Comments:

Blogger Butch Cassidy said...

Se algum dia chegar em que sequer se ponha a hipótese de discutir esse aspecto da lei de 84, então aí ataque pessoalmente esse senhor e use estes seus comentários. Até lá, não confunda as pessoas, porque o que se vai votar não altera em nada a situação actual relativamente à questão que comenta.

3:11 AM  
Blogger MCA said...

Assisti ontem, entre o atónita e o incrédula, ao debate na TSF entre Daniel Oliveira e João César das Neves.
Só conheço estes senhores de nome, já aqui tinha elogiado um texto de Daniel Oliveira (certamente o mais inteligente e sério argumentário a favor do Sim que já tive a ocasião de ler) e nunca tinha lido nada de César das Neves embora conheça as suas posições. Depois dos debates civilizados entre Inês Pedrosa e Rosário Carneiro (com uma acentuada vitória desta última) e entre Helena Roseta e a Maria José Nogueira Pinto (com uma folgada vitória da primeira), só a incredulidade me podia assaltar ao assistir ao debate de ontem.

César das Neves pode ser um homem de convicções e pode ser muito honesto em relação a essas convicções. Mas não foi honesto no debate de ontem. Não foi honesto e deu muitos, muitos argumentos a Daniel Oliveira que conseguiu facilmente deixar ficar mal todos aqueles que, com honestidade e sem radicalismo, estão contra a legalização do aborto a pedido. Dei comigo a "torcer" por Daniel Oliveira e a mandar calar César das Neves (exercício inútil porquanto a comunicação por rádio é unívoca...). A mandar calar porque já nos tinha enterrado o suficiente, a nós, aos que vamos votar Não. Se o Prof. João César das Neves não conhece, entre os defensores do Não, quem concorde com as excepções contempladas na actual lei, é porque anda muito distraído ou se está nas tintas para o que pensam aqueles que o rodeiam. Eu não estava na Marcha pela Vida porque não vou a marchas nem a manifestações nem a comícios. Não faz o meu género. Mas ouvi esse senhor dizer que, na dita Marcha, não havia quem estivesse a favor da actual lei. Engana-se. Há muitas pessoas no "Não" que acham que a actual lei devia mudar mas no sentido do alargamento das excepções, não na sua eliminação.

O Prof. João César das Neves afirmou-se contra o direito legal a abortar em caso de violação. Daniel Oliveira disse a única coisa que um homo sapiens pode dizer: isso é uma desumanidade. É, Prof. César das Neves. Compreendo que o senhor não consiga imaginar o horror de uma violação. Mesmo eu, que sou mulher, tenho dificuldade em imaginar. Mas a sua filantropia cristã podia ajudá-lo a compreender o incompreensível. Também não sabe o que é passar fome, também não sabe o que é sofrer um atentado terrorista, também não sabe o que é ter febre hemorrágica. Precisa de passar por isso para compreender e para se compadecer de quem sofre esses horrores? Ou também responde aos famintos "se não têm pão comam bolos"? Forçar uma mulher violada a levar até ao fim o fruto dessa violação é uma violência somada a outra violência.

Claro, Daniel Oliveira aproveitou oportunamente estas declarações de César das Neves para afirmar que os defensores do Não pensam todos como ele mas não têm coragem de o confessar. Não é verdade. É absolutamente falso. A maioria das pessoas que estão contra a legalização concordam com as actuais excepções e há muitas que concordam com o seu alargamento.
Mas não posso criticar Daniel Oliveira por este recurso retórico, até porque o seu interlocutor não negou. E ele aproveitou. Eu faria o mesmo, principalmente se estivesse a debater com alguém que, em pouco mais de 5 minutos, me chamasse ignorante e estúpida, em directo na rádio. Pensando melhor, não, eu não faria o mesmo. Acho que lhe teria ido às goelas.
Será por isso que não me chamam para debates?...
(In: A biblioteca de Jacinto)

3:31 AM  
Anonymous Anonymous said...

Conheço muita gente que é a favor desta lei e é por isso que vai votar não.

1:23 PM  

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